quarta-feira, 4 de maio de 2011

Entrevista com vereadora Onira Betioli



1 - A luta pelos direitos políticos das mulheres é antiga. Somente em 1932 a mulher conseguiu o direito de voto, porém, apenas as casadas e com a autorização dos respectivos maridos. Atualmente o Brasil tem uma Presidente mulher e Peruíbe tem a segunda mulher como prefeita. Você é vereadora em seu terceiro mandato. Como você avalia esse processo da inserção da mulher na política e quais os resultados efetivos que as mulheres conquistam e que os homens não investem ou não compreendem ou não valorizam?
Apesar das conquistas recentes, há um longo caminho a ser trilhado para maior igualdade entre os gêneros. Se hoje temos uma mulher na presidência da República, constatamos uma clara subrrepresentação da mulher na política e nos espaços de Poder. Exemplo disso é que apesar das mulheres serem 51,04% da população brasileira, em 2010, dos 1.059 deputados estaduais eleitos, apenas 136 são mulheres (ou seja, 12,8%); na Câmara Federal são apenas 45 mulheres (8,96%) num universo de 513 parlamentares.
Nas Câmaras municipais somos 12,3% vereadoras e nos Governos dos Estados no ano passado elegemos apenas duas governadoras nos 27 Estados da Federação.
Portanto se faz necessário que haja condições de igualdade entre homens e mulheres, maior incentivo nos partidos políticos e na sociedade, cotas nas mesas diretoras dos Parlamentos entre outras medidas.

2 - Apesar das conquistas, as mulheres ainda enfrentam muitas dificuldades. Aproximadamente a cada 2 minutos uma mulher é espancada no País. Mesmo existindo a Lei Maria da Penha, verifica-se que a impunidade aos que provocam a violência ainda é comum. Ainda há o caso da desigualdade de sexo e de cor, pois as mulheres negras enfrentam maiores dificuldades do que as mulheres brancas. O que é preciso fazer para mudar esse quadro?
Em relação a violência, além da punição efetiva dos agressores, há que mudar a cultura machista que ainda temos em nossa sociedade. Também políticas públicas para a garantia de espaços e oportunidades de emprego de qualidade, salário adequado e incentivo para as mulheres no mundo do trabalho, inclusive, rompendo com o preconceito de cor e de raça.

3 - Você é vereadora no terceiro mandato, tem uma história ligada ao movimento sindical dos professores, com uma atuação intensa na defesa dos direitos dos trabalhadores e da população em geral. Pela sua trajetória política e crescente, tudo indica que seu próximo passo seria a candidatura a prefeitura de Peruíbe. O que me diz sobre essa questão?
Estamos dialogando com as forças política locais para construirmos uma candidatura sólida, propositiva e madura. Com a experiência de três mandatos, dez anos de Parlamento Municipal e ter presidido a Câmara Municipal e sido líder do Governo do ex-prefeito Preto, tenho a responsabilidade de colocar meu nome como pré-candidata à prefeita nas eleições de 2012.
Acredito que posso contribuir para o debate e para o desenvolvimento do município. Entendo que Peruíbe precisa de uma nova atitude, de um novo projeto, que atenda os interesses da população com justiça social.

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